quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

LIVRO DO MÊS DE JANEIRO

A Biblioteca Escolar dá as boas vindas a todos os membros da comunidade, professores, funcionários, pais e alunos no início de mais um ano e informa que está já disponível, nos locais habituais, informação a respeito do livro do mês de Janeiro – A Tia Júlia e o Escrevedor – uma homenagem ao Prémio Nobel da Literatura 2010, Mário Vargas Llosa.
A Tia Júlia e o Escrevedor é um dos mais originais livros de Mário Vargas Llosa.
Narra a história de um estudante de Direito com ambições literárias, Varguitas, Marito para a família que é composta por tios e tias, primos e primas e também uma bela e carismática tia (por afinidade) com cerca de 30 anos, recém-divorciada de quem todos esperam que, mediante a sua condição de mulher de “classe” mas sem fortuna, faça um casamento conveniente de modo a garantir a sua estabilidade financeira e não ser um encargo para a família; ao mesmo tempo, a bela tia fugiria do estigma de solteirona.

Varguitas vive com os avós porque os pais se encontram no estrangeiro, trabalha na rádio e começa a introduzir-se na literatura. É neste momento que se começa a relacionar com a tia Júlia, apesar da oposição da família. Entretanto, conhece Pedro Camacho, personagem burlesca, cuja tacanhez de espírito confere ao romance a comicidade necessária para nos apercebermos do sentido crítico do autor que se mistura com um humor de cariz satírico um pouco ao estilo de Boccaccio ou Gil Vicente, autor de folhetins radiofónicos excêntrico quanto baste, cujos enredos têm muito sucesso entre os peruanos, mesmo entre as pessoas mais cultas que conseguem ver nas cenas mais rocambolescas uma deliciosa comédia; apesar de se tratar de textos pouco elaborados (Camacho é praticamente analfabeto), ele consegue torná-los cativantes para a maioria do seu público.
Acometido de um esgotamento (Camacho chega a produzir nove novelas diárias), o seu drama é desenvolvido por Varguitas o qual, dentro do próprio romance “agarra” no novelo caótico das estórias de Camacho para as desenvolver, tornando-se a partir de então, um verdadeiro escritor.