quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Escalão A

2º Prémio
                                                  A Aventura do Pai Natal

Tudo corre com calma na oficina do Pai Natal. Os duendes trabalham arduamente, porque o grande dia aproximava-se. Era véspera da véspera de Natal, ou seja, dia vinte e três de Dezembro. A maior parte dos presentes já estavam comprados porque brinquedos e outros presentes que se vêem hoje em dia já não são como antigamente, quando muitos eram feitos por quem oferecia. O pai Natal estava a rever pela última vez a lista de pedidos e a lista do comportamento, que é alista onde estão escritos os nomes dos meninos que se portaram bem. O pai Natal dizia os nomes ingleses, franceses e em diante, com muita dificuldade:
- Então vamos lá a ver o que é que o Michael “Cronhier” quer receber. Ele até mandou uma linda carta, mão é Arnaldo?

- Sim, sua alteza natalícia. Mas posso dizer-lhe que é Michael Corner, é um nome originário da Grã - …
Arnaldo, o ajudante mais importante do Pai natal, foi interrompido pelo seu chefe, que, coitado, não percebia nada de inglês e gritava de aflição:
- Arnaldo, não faças mais complicações, isto é pior do que chinês, ajuda-me!
E uma noite se passou e o natal já se estava a aproximar.
No dia seguinte, tudo corria bem, maravilhosamente bem, até faltar só um único presente. Quando um dos duendes, o duende mais velho, aliás, até mais velho do que o próprio Pai Natal, caiu de repente, não foi uma queda normal, mas sim uma queda de morte. Foi para o lugar onde as luzes tocam o céu, onde todos permanecem em paz. Era uma perda enorme. Aquele duende era único e especialmente especial. Era o único que sabia embrulhar pó sagrado dos anjos para a rainha do portal do outro mundo. E não se embrulhava de qualquer forma, o pó era mágico e era preciso alguém que dominasse a magia, mas também alguém que tivesse bom coração. Pois, mesmo sabendo dominar a arte da magia, era preciso ter um coração puro, sem maldade.
Na manhã seguinte, o Pai Natal lançou um comunicado:
- Não há tempo para funerais, nem lamechices! Eu sei que foi uma grande perda, mas o Natal está a chegar e o tempo a esgotar-se. Tenho de partir para ir ter com uma pessoa especial – anunciou o Pai natal, um pouco triste. – Igor foi uma grande, mas grande perda, mas eu tenho de partir. Arnaldo, ficas a tomar conta da oficina.
- Que felicidade, meu senhor! – Afirmou Arnaldo, com entusiasmo desnecessário.
- Senhor, que é essa pessoa especial? – Perguntou de repente um duende.
O pai natal não lhe respondeu e seguiu caminho. O seu trenó tinha tido um grande acidente no ano anterior, batendo numa torre de Tóquio. Agora usava uma pequena réplica feita por Arnaldo (lembrando que Arnaldo não é, nem nunca foi um grande inventor), mas era o que tinha à mão. Não era bem u ma pequena versão, mas sim algo feito às três pancadas. Tinha uma caixa de cereais, uma roda com um furo no meio e um aspirador na parte da frente. Tinha que usar aquele modelo porque estavam a construir um modelo mais recente chamado “Trenó 9999”.
Ao chegar à montanha, o Pai natal viu uma pequena cabana, feita de doces. Era aquela a casa, a casa onde morara anteriormente com o seu irmão. Bateu à porta e uma voz perguntou:
- Quem é?
- Sou o Nicolau – respondeu-lhe.
- Não conheço, não posso abrir – afirmou.
- O Pai Natal – anunciou.
- Entra.
O estranho que tinha convidado o Pai natal a entrar ti unha u m ar sinistro, mas as pessoas que têm um ar sinistro podem ser muito bondosas. Primeiro convidou-o para beber um chá.
- Há quanto tempo não te via, Nicolau – disse a estranha figura.
- Tenho de falar contigo, Ader – afirmou o Pai natal.
- Agora já não me chamam, assim. Aliás, se é que alguém me chama alguma coisa. Já ninguém sabe quem eu sou, ou fui. Agora não sou ninguém. Agora sou o guardador da montanha. Já ninguém habita aqui – respondeu o homem.
- És meu irmão e tu sabes disso – afirmou o Pai Natal.
- Aqui já ninguém gosta do Natal, nem dos biscoitos que eu fazia às crianças. Mudaram-se todos para a cidade, onde há biscoitos mas não são caseiros. Oh, como era bom transformar comida em felicidade! Agora ninguém quer saber da qualidade, mas sim da quantidade – lamentou Ader.
- Preciso que venhas comigo – pediu-lhe o Pai Natal – para embrulhares pó mágico.
- Eu não sou pessoa para isso – afirmou Ader.
- És sim, e eu sei disso – respondeu o Pai Natal.
Saíram e ao chegarem à oficina, umas estranhas palavras saíram da boca de Ader:
- Mexilus intercilius embrulos pós maicos!
O pó estava embrulhado, agora só faltava distribuir os presentes. Era meia-noite em ponto do dia 24 de Dezembro. O Pai Natal pegou n o “Trenó 9999” e partiu.
A tristeza que pairava no céu quebrou-se e um raio de luz iluminou o céu. As crianças e adultos do mundo ficaram muito surpreendidos quando viram uma figura brilhante no céu a dizer:
“A TODOS UM FELIZ NATAL!!!!!!!!!E UM BOM ANO NOVO!!!!!!!!!!!!!
E eu também digo: FELIZ NATAL E UM BOM ANO NOVO!

Squalis ( Hugo Caetano) – Esc.EB 2/3 D. Pedro IV - Queluz